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Published On:segunda-feira, 9 de julho de 2012
Postado Por Unknown

Cientistas desvendam maldição da “Bíblia do Diabo”

Uma maldição, durante 800 anos, cercou um dos livros mais famosos da Idade Média. Objeto de desejo de líderes religiosos e imperadores, por onde passou, o livro foi acusado de causar destruição, guerras e epidemias. 
Mas agora a ciência decidiu por fim ao mistério e investigar a obra que ficou conhecida como a “Bíblia do Diabo”. 
Nunca uma ilustração havia despertado tanto fascínio e terror. O diabo estampado numa pagina inteira do livro que bota lado a lado a Bíblia, rituais satânicos e um manual de exorcismo. 
Quase um metro de comprimento e 80 quilos. Codex Gigas em latim quer dizer o "grande livro", mas a obra entrou pra história como a "Bíblia do Diabo". Quem escreveu este livro? E por quê? 
A lenda começa no século XIII, na Boêmia, onde hoje é a República Tcheca. Em um mosteiro beneditino, um monge comete um pecado tão grande que é condenado a uma morte cruel: tijolo por tijolo, será emparedado vivo. Desesperado, ele implora por perdão e promete: em apenas uma noite, vai escrever um livro com todo o conhecimento humano. 
Mas, à meia-noite ele percebe que não vai conseguir e então invoca o diabo e entrega sua alma. 
Em troca, o próprio satanás escreve a obra. 
Na Idade Média, o temor ao diabo era tão forte quanto a adoração a Deus e lendas macabras como essa se espalhavam facilmente. 800 anos depois, um time de cientistas decide desvendar os mistérios por trás do Codex Gigas: 
Será que o livro foi mesmo escrito por apenas uma pessoa? Em quanto tempo? Que sombras estranhas são essas que só aparecem nas páginas próximas à ilustração do diabo? 
Estão nessa missão um especialista em bíblia, um estudioso de escritas medievais e um expert em lendas do diabo, além da responsável pela biblioteca nacional da Suécia, onde o livro está guardado há quatro séculos. 

Usando técnicas de perícias policiais, eles querem descobrir a verdade por trás de tudo o que ao longo dos séculos foi considerado coisa do diabo. 
No Século XIV, o monastério, onde a “Bíblia do Diabo” foi escrita vendeu a obra para escapar da falência. Ela veio parar na cidade de Sedlec, perto de Praga, a capital tcheca. 
Na Idade Média, esse tipo de objeto era muito disputado pelas ordens religiosas. Elas buscavam prestigio e fama e, junto, as doações em dinheiro. Não que esse monastério precisasse, ele já faturava muito vendendo uma passagem mais rápida para o céu para quem fosse enterrado no cemitério da ordem. 
O cemitério teria terra do monte Gólgota, em Jerusalém - onde Jesus foi crucificado - e de tempos em tempos, os ossos eram recolhidos para abrir espaço e viravam decoração na capela. O candelabro, o altar, o ofertório: tudo feito com esqueletos humanos. 
A relação com o lugar só fez aumentar a reputação da “Bíblia do Diabo”. 
Principalmente, depois que ela foi levada embora. Uma epidemia de peste bubônica dizimou todos os monges do monastério. 
Logo depois, a “Bíblia do Diabo” chega às mãos de Rodolfo II, um dos imperadores mais poderosos da Europa. Em poucos anos, ele acaba completamente louco e é destituído do trono. 
O exército sueco invade a região e a obra vai parar em Estocolmo. É lá que os especialistas agora analisam o primeiro mistério. As sombras que só aparecem nas páginas próximas à figura do diabo, durante séculos serviram como prova do fogo de Satanás nas escrituras. 
Mas, a ciência encontrou outra explicação para o fenômeno: o Codex Gigas foi escrito em pele de jumento, e a pele escurece em contato com a luz. Como essas são as páginas mais vistas do livro, justamente por causa da ilustração do diabo, tiveram mais contato com a luz e, por isso, escureceram. 
Em seguida, os especialistas analisam a tinta, comparam a letra e o padrão de escrita e concluem: uma só pessoa escreveu todo o livro. Mas, em quanto tempo? Para reproduzir uma linha, o especialista leva 20 segundos, uma hora por pagina. 
Trabalhando sem parar, seriam necessários cinco anos para escrever o livro. 
Conhecedor da rotina intensa dos monges, ele conclui: do primeiro traço até o último, seriam necessários pelo menos 20 anos. A vida nos monastérios era muito ocupada, várias missas por dia, muitas tarefas. Além disso, esse monge não estava para ser executado, emparedado vivo? 
Pois a solução pra este mistério estava num erro de tradução. A palavra latina que foi traduzida como emparedado, na verdade significava entre paredes, na clausura. O que para um monge significa ficar isolado do resto do mundo e se dedicando exclusivamente a escrever a sua obra. 
Superstição, crenças e medo levaram a suspeitar que era obra do diabo, o que na verdade foi fruto de décadas de trabalho de um monge anônimo, dedicado a Deus.

Fantástico

Postado Por Unknown segunda-feira, julho 09, 2012. em . Faça um comentário, que ficaremos felizes! .

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