Published On:sábado, 9 de junho de 2012
Postado Por Unknown
ÍNDIA:Um Desafio à Obra Missionária
Famosa por sua forte religiosidade e por seus costumes exóticos, a Índia é um verdadeiro desafio á obra missionária contemporânea.
O país está localizado na faixa de terra que contempla a tão falada janela 10/40, região do planeta que mantém o maior número de povos não evangelizados.
A Índia é um panteão a céu aberto. Seus habitantes veneram uma diversidade de seres viventes, tornando o panteísmo uma prática popular. Estima-se que lá existam mais de 1 milhão de deuses.
O missionário Paulo Roberto dos Santos, que esteve por 11 anos na Índia, assegura que se considerarmos todas as categorias de deuses: patriarcais e matriarcais, elementos da natureza, deuses místicos e pessoas que se auto consideram deuses, essa soma pode chegar a 30 milhões de deuses que são adorados por uma população que em 2011 atingiu a marca de 1,2 bilhão de habitantes. É esperado que no ano de 2050 existam mais habitantes na Índia do que em qualquer outro lugar do mundo.
Dados como estes nos levam a questionar como todas essas pessoas se salvarão, uma vez que vivem numa sociedade politeísta? Como alcançar um país que seus habitantes cultuam deuses multifários e que dentre as maneiras de purificação está o lavar-se no rio Ganges, que é considerado sagrado por todos os indianos apesar a sujeira?
Barreiras que impedem a evangelização
Vacas em meio às ruas, carroças guiadas por animais ou pessoas, motocicletas e bicicletas misturam-se aos veículos de pequeno e grande porte, tornando intransitáveis as ruas das grandes cidades da Índia. Assim como há falta de planejamento urbano que resultam no bloqueio do transito, de igual modo, alguns fatores congestionam a comunicação do evangelho. Dentre as principais dificuldades destacam-se o sistema de casta, a pluralidade das línguas, a religiosidade e o alto índice de pobreza.
A casta é uma forma de identificação social que divide os mais abastados dos menos favorecidos. Basta um olhar mais atento para perceber que detalhes como as vestes, a cor da pele, estatura, a forma de saudação, diferenciam uma casta de outra. O único fator que os aproximam é profissional. Normalmente indianos que pertencem às castas mais baixas servem aos de castas altas. Os meios de transportes e locais públicos que freqüentam também são distintos.
O idioma é outro problema, são cerca de 1500 línguas. O governo, porém, tornou oficial aproximadamente 26 delas, que são idiomas praticados de maneira oral e escrita. Mesmo assim diversos dialetos são utilizados na comunicação de muitas comunidades. São cerca de 4.600 grupos de pessoas, uma verdadeira Babel do século XXI.
A pluralidade religiosa causa espanto. Como já foi mencionado, não faltam adeptos para os deuses em demasia na Índia. Há grupos que veneram cobras, ratos, vacas, até os patriarcas de muitas famílias são reverenciados ali. A pobreza é algo impossível de se ignorar. Segundo o pastor Ricardo Gondim num artigo publicado na revista Ultimato “não há mais espaço debaixo das marquises para os milhões que dormem na rua, qualquer lugar serve: os parapeitos dos viadutos, as guias das calçadas, os canteiros centrais das avenidas”. De acordo com informações enviadas por missionários, os pobres são os que mais aceitam o evangelho e o compartilha com os outros.
Missão Rebanho
Adentrar a cultura exótica da índia, se adaptar a novos hábitos alimentares, sofrer um acidente com motocicleta e sentir saudades, só tem uma explicação: vocação. O missionário Paulo Roberto dos Santos e sua esposa Miriam Barreto dos Santos estão de malas prontas com destino à Índia. Há dois anos no Brasil o casal pretende retornar no fim deste mês para retomar o trabalho iniciado desde 1998.
O pastor Paulo e sua esposa Miriam retornaram ao Brasil em 2009 quando os hindus iniciaram uma onda de perseguição aos missionários estrangeiros. Enquanto alguns optaram por morar em cidades onde não existia o risco de serem perseguidos, Paulo e Miriam decidem retornar ao Brasil. “Resolvi voltar para reativar nosso relacionamento com a família, pois fazia muitos anos que não nos víamos. Também para fazer tratamento medico, fizemos uma bateria de exames”, diz o missionário.
De acordo com a Agência missionária Portas Abertas, na Índia “a tensão entre hindus, siques, muçulmanos e cristãos é grande. Há muitos relatos de ataques a igrejas, raptos, detenção e intimidação realizados por extremistas hindus. Essas ações são particularmente dirigidas aos líderes das igrejas”. A missão Portas Abertas também divulgou que existem “oito estados com leis anticonversão, que impedem hindus de se converterem ao cristianismo”.
O projeto Missão Rebanho será retomado por Paulo e Miriam com o intuito de formar obreiros autóctones, termo utilizado para identificar os nativos, fazendo a tarefa de evangelização ser executada de indianos para indianos. “Na primeira fase do nosso trabalho nós abrimos igrejas e ajudamos a começar outras, mas a seguir vem a fase da dependência, porque o trabalho já começou dependente. Queremos acabar com esta dependência, para que os obreiros indianos dêem continuidade a obra com os recursos que adquirir dentro do país”, diz Paulo.
O legado de William Carey
É impossível falar de missões na Índia sem mencionar William Carey. Ele deixou a Inglaterra com destino a Índia em 1793, e nunca mais voltou a sua terra natal. Carey, considerado por muitos como “o pai das missões modernas”, dedicou 41 anos de sua vida ao povo indiano. Fundou escolas, igrejas, traduziu a Bíblia para diversas línguas além de ter desenvolvido métodos que facilitariam a agricultura e a educação daquele país.
William Carey era filho de pobres tecelões. Adquiriu conhecimento entre pessoas humildes, mas o seu interesse por linguas o tornou multilingüe. Com o tempo Carey aprendera latim, grego, hebraico, italiano, holandês e francês. William Carey deu grande contribuição para a evangelização da Ásia. Seus inventos bem como suas obras literárias são utilizadas até os dias de hoje. Que Deus levante vo cacionados que desafiem o país que ousa desafiar o evangelho.
Dário Ferreira Ceifeiros em Chamas
Dário Ferreira Ceifeiros em Chamas








