Published On:quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Postado Por Unknown
O Ministério Missionário
At
11.19-30; 12.25-13.3
1. Introdução – Concepções
positivas e negativas acerca do ministério missionário.
A concepção de missionário na igreja brasileira tem
mudado nos últimos anos, mas ainda não mudou o suficiente.
Positivamente falando, o ministério missionário é visto na igreja como um trabalho que envolve muita renúncia, e, conseqüentemente, o missionário é visto como alguém caracterizado por uma disposição incrível de renunciar. Na concepção de outros, o ministério missionário é exercido por pessoas que têm um amor a Deus um pouquinho acima da média. No entanto, como missionário, eu entendo que o nosso amor a Deus é tão falho e tão frágil quanto o amor da maioria dos crentes. No campo missionário, estamos simplesmente realizando a obra para a qual Deus nos “talhou”. De maneira que, o que fazemos não é o resultado de uma amor acima da média nem de uma capacidade extraordinária de renunciar.
Positivamente falando, o ministério missionário é visto na igreja como um trabalho que envolve muita renúncia, e, conseqüentemente, o missionário é visto como alguém caracterizado por uma disposição incrível de renunciar. Na concepção de outros, o ministério missionário é exercido por pessoas que têm um amor a Deus um pouquinho acima da média. No entanto, como missionário, eu entendo que o nosso amor a Deus é tão falho e tão frágil quanto o amor da maioria dos crentes. No campo missionário, estamos simplesmente realizando a obra para a qual Deus nos “talhou”. De maneira que, o que fazemos não é o resultado de uma amor acima da média nem de uma capacidade extraordinária de renunciar.
Negativamente falando, devido à
atitude de alguns “missionários”, esse termo e ministério evoca na mente de
alguns o conceito de pedinte ou mendigo que passa pelas igrejas levantando
fundos para suprir as suas necessidades e de sua família. Na mente de outros, o
termo missionário evoca a idéia de alguém que vive pela “fé”, mas uma fé
mendicante. Para outros, esse termo ou ministério está estritamente relacionado
com sofrimento, de sorte que, missionário e “sofredor” não passam de termos
sinônimos. Para alguns o termo missionário traz à sua mente a imagem de uma
pessoa que vivencia experiências esdrúxulas. Podemos acrescentar ainda a tudo
isso, a concepção que alguns têm de missionário como aquele que é menos
preparado que o pastor da igreja. O lema desses é: Como ele não serve pra ser
pastor, então, vamos enviá-lo como missionário.
No entanto, como deve ser encarado
o ministério missionário? Qual deve ser a disposição da igreja em relação ao
ministério missionário? O que o ministério missionário exige do missionário no
campo transcultural?
2. Ministério missionário encarado
como uma extensão do ministério da igreja.
No relato de Lucas em At 11.19-30
e 12.25-13.3 percebemos o forte vínculo que existia entre a igreja de Antioquia
e os seus missionários. Em primeiro lugar, Barnabé e Saulo, antes de serem
enviados ao campo missionário, prestaram um grandioso serviço na igreja de
Antioquia. Eles investiram tempo na evangelização, instrução, discipulado e
crescimento espiritual dos cristãos daquela igreja ( At 11.22-26).
Esse vínculo entre igreja e missionários pode ser visto
também em 11.30. Eles foram enviados como representantes da igreja de Antioquia
à igreja mãe de Jerusalém, com a missão de entregar uma oferta para suprir a
necessidade dos cristãos da Judéia. Isso nos dá uma boa dica de que eles gozavam
da confiança da igreja.
Em At 13.3, em obediência à direção do Espírito, a igreja de Antioquia não receia impôr as mãos sobre Barnabé e Saulo e enviá-los ao campo missionário. Com essa atitude ela estava se dispondo a ser conivente com os seus missionários e com a sua missão.
Em At 13.3, em obediência à direção do Espírito, a igreja de Antioquia não receia impôr as mãos sobre Barnabé e Saulo e enviá-los ao campo missionário. Com essa atitude ela estava se dispondo a ser conivente com os seus missionários e com a sua missão.
Dando uma olhada geral no livro de
Atos, percebemos que esse vínculo entre a igreja e seus missionários não se
rompeu com o envio e a partida dos mesmos ao campo. Pelo contrário, esse
vínculo perdurou. Antioquia era o ponto de partida e o ponto de chegada de
Barnabé e Saulo. Após terem concluído a primeira viagem missionária, eles
retornaram para a sua igreja enviadora. Ali, deram um relatório do que Deus
fizera por intermédio deles, e permaneceram um bom tempo na igreja (At 14.26-28).
Após o concílio de Jerusalém, antes de darem início à segunda viagem
missionária, Lucas registra que Paulo e Barnabé permaneceram algum tempo em
Antioquia e ali ensinavam e pregavam a palavra do Senhor (At 15.35)
Quando lemos acerca dessa relação
entre a Igreja de Antioquia e seus missionários a percepção que temos é que não
havia uma dissociação entre o ministério missionário e o ministério da igreja;
o ministério missionário era visto como uma extensão do ministério da igreja.
O ponto a ser ressaltado é
exatamente este: o ministério missionário deve ser encarado como uma extensão
do ministério da igreja, e não simplesmente como um trabalho ou uma obra que
uma determinada igreja apóia e investe. Por não terem essa concepção do
ministério missionário, alguns o vêem como uma “ameaça” às finanças de suas
igrejas, e outros o encaram como um investimento que não traz nenhum retorno
para as suas igrejas locais. Os que assim pensam, ainda que não tenham
percebido, já absorveram completamente e já foram completamente absorvidos
pelos valores de uma sociedade capitalista de tal maneira que querem fazer do
Reino de Deus uma bolsa de valores.
É preciso que se tenha em mente
que “investimento que traz retorno” na concepção de Deus, não é aquele que vai
produzir um maior número de membros para as nossas igrejas locais, mas é aquele
que vai arrebanhar um número maior de cidadãos para fazer parte do Reino de
Deus. E, uma das maneiras de sanar essa concepção deturpada acerca do
ministério missionário, é encará-lo como uma extensão do ministério da igreja e
não como algo à parte dele.
3.O ministério missionário exige
da igreja disposição para enviar ao campo o que ela tem de “melhor” em termos
de recursos humanos.
De acordo com Lucas, a igreja de
Antioquia estava muito bem servida em termos de material humano de qualidade
(At 13.1). Ele diz que havia ali alguns profetas e mestres. Ele não especifica
quem eram profetas nem quem eram os mestres. Ele apenas apresenta uma lista
geral encabeçada por Barnabé e finalizada por Saulo. No versículo 2 está
escrito que enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo orientou a
igreja na escolha de obreiros específicos para uma obra missionária específica.
Em 13.3 a orientação do Espírito é: Separem-me Barnabé e Saulo… A Bíblia Shedd
traz o seguinte comentário acerca desse versículo:“É de notar que os homens
chamados por Deus para a obra missionária eram os mais capazes da igreja”.
Por amor à obra missionária em
outros locais, a igreja de Antioquia teve que se dispôr a abrir mão dos
serviços de dois de seus mestres mais destacados. Ela teve que se dispôr a
abrir mão do que ela tinha de “melhor” em termos de recursos humanos.
Separem-me a Barnabé e a Saulo… O
Espírito estava requerendo da igreja a disposição de abrir mão daquele
(Barnabé) que já era reconhecido como um homem bom, cheio do Espírito Santo e
de fé (At 11.24), que era dotado da capacidade de exercer misericórdia, de
encorajar e fortalecer os desanimados, e de acreditar no seu poder
transformador (At 9.26-30); estava requendo também o envio daquele (Saulo) que
era intrépido e ousado, cheio de amor por Cristo, e que não tinha a vida como
preciosa para si mesmo (At 20.24; 21.13), daquele que era um profundo conhecedor
das Escrituras e que era capaz de comunicar o evangelho de maneira relevante
tanto para judeus como para gentios (At 13.13-32; 14.6-18; 17.15-31).
Resumindo, o Espírito estava dizendo: separem-me o que vocês têm de “melhor” em
termos de recursos humanos para que os envie para a obra missionária.
Contrariando a concepção de muitos
acerca de missionário, o Espírito Santo escolheu e a igreja de Antioquia enviou
aqueles que eram capazes. Aqueles que já haviam exercido um ministério
abençoado e frutífero na igreja local, que gozavam da confiaça e do respeito
por parte da igreja, que tinham uma boa reputação, que eram dotados de boas
qualificações espirituais, morais, e, porque não acrescentar, intelectuais.
Aqueles que dispunham de ferramentas mais apropriadas para exercer o ministério
missionário transcultural.
Conclusão
Portanto, é necessário que haja na
igreja e no seu líder uma concepção sadia acerca do ministério missionário; que
o encarem como uma extensão do ministério da igreja; e que haja uma disposição
de abrir mão e de enviar ao campo missionário aqueles que Deus escolhe e que
eles (igreja e líderes) entendem que são os “melhores” recursos humanos de que
dispõem. E se percebem que os seus candidatos ao campo missionário ainda não
estão aptos, que incentivem e ofereçam as condições para que eles se
aperfeiçoem e adquiram um melhor preparo.
fonte:http://estudos.gospelmais.com.brsemeadorfiel.blogspot.com