Published On:segunda-feira, 6 de junho de 2011
Postado Por Unknown
Tipos de pregadores
Pregador
humorista. Diverte muito o seu público-alvo. Tem habilidade para contar fatos
anedóticos (ou piadas mesmo) e fazer imitações. Ele é como o famoso humorista
do gênero stand-up comedy Chris Rock (que aparece na imagem acima). De vez em
quando cita versículos. Mas os seus admiradores não estão interessados em ouvir
citações bíblicas. Isso, para eles, é secundário.
Pregador “de
vigília”. Também é conhecido como pregador do reteté. Aparenta ter muita
espiritualidade, mas em geral não gosta da Bíblia, principalmente por causa de
1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser
espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do
Senhor... faça-se tudo decentemente e com ordem”. Quando ele vê alguém
manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15), considera-o frio e sem unção.
Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento
(2 Pe 3.18; Jo 1.14; Mt 22.29). Seu público parece embriagado e é capaz de
fazer tudo o que ele mandar.
Pregador “de
congresso”. Entre aspas porque existe o pregador de congresso
que faz jus ao título. Mas o pregador “de congresso” (note: entre aspas) anda
de mãos dadas com o pregador “de vigília”, mas é mais famoso. Segundo os
admiradores dessa modalidade, trata-se do pregador que tem presença de palco e
muita “unção”. Também conhecido como pregador malabarista ou animador de
auditórios, fica o tempo todo mandando o seu público repetir isso e aquilo,
apertar a mão do irmão ao lado, beliscá-lo... Se for preciso, gira o paletó
sobre a cabeça, joga-o no chão, esgoela-se, sopra o microfone, emite sons de
metralhadora, faz gestos que lembram golpes de artes marciais... Exposição
bíblica que é bom... quase nada!
Pregador “de
congresso” agressivo. É aquele que tem as mesmas características do pregador acima, mas com
uma “qualidade” a mais. Quando percebe que há no púlpito alguém que não repete
os seus bordões, passa a atacá-lo indiretamente. Suas principais provocações
são: “Tem obreiro com cara de delegado”, “Hoje a sua máscara vai cair,
fariseu”, “Você tem cara amarrada, mas você é minoria”. Estas frases levam o
seu fanático público ao delírio, e ele se satisfaz em humilhar as pessoas que
não concordam com a sua postura espalhafatosa.
Pregador
popstar. Seu pregador-modelo é o show-man Benny Hinn, e
não o Senhor Jesus. É um tipo de pregador admirado por milhares de pessoas. Já
superou o pregador de congresso. É um verdadeiro artista. Veste-se como um
astro; sua roupa é reluzente. Ele, em si, chama mais a atenção que a sua
pregação. É hábil em fazer o seu público a abrir a carteira. Seus admiradores,
verdadeiros fãs, são capazes de dar a vida pelo seu pregador-ídolo. Eles não se
importam com as heresias e modismos dele. Trata-se de um público que
supervaloriza o carisma, em detrimento do caráter.
Pregador
milagreiro. Também tem como paradigma Benny Hinn, mas
consegue superar o seu ídolo. Sua exegese é sofrível. Baseia-se, por exemplo,
em 1 Coríntios 1.25, para pregar sobre “a unção da loucura de Deus”. Cativa e
domina o seu público, que, aliás, não está interessado em ouvir uma exposição
bíblica. O que mais deseja é ver sinais, como pessoas lançadas ao chão supostamente
pelo poder de Deus e fenômenos controversos. Em geral, o pregador milagreiro,
além de ilusionista e “poderoso” (Dt 13.1-4), é aético e sem educação. Mesmo
assim, ainda que xingue ou ameace os que se opõem às suas sandices e
invencionices, o seu público é fiel e sempre diz “aleluia”.
Pregador
contador de histórias. Conta histórias como ninguém, mas não respeita as narrativas bíblicas,
acrescentando-lhes pormenores que comprometem a sã doutrina. Costuma
contextualizar o texto sagrado ao extremo. Ouvi certa vez um famoso pregador
dizendo: “Absalão, com os seus longos cabelos, montou na sua motoca e
vruuum...” Seu público — diferentemente dos bereanos, que examinavam “cada dia
nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11) — recebe de bom grado histórias
extrabíblicas e antibíblicas.
Pregador
cantante. Indeciso quanto à sua chamada. Costuma cantar dois ou três hinos (hinos?) antes da
pregação e outro no meio dela. Ao final, canta mais um. Seu público gosta dessa
“versatilidade” e comemora: “Esse irmão é uma bênção! Prega e canta”. Na
verdade, ele não faz nenhuma das duas coisas bem.
Pregador
“massagista”. É hábil em dizer palavras que massageiam os egos
e agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5). Procura agradar a todos porque a sua
principal motivação é o dinheiro. Ele não tem outra mensagem, a não ser
“vitória”, principalmente a financeira. Talvez seja o tipo de pregador com
maior público, ao lado dos pregadores humorista, popstar e milagreiro.
Pregador sem
graça. É aquele que não tem a graça de Deus (At 4.33). Sua
pregação tem bastante conteúdo, mas é como uma espada: comprida e chata
(maçante, enfadonha). Mas até esse tipo de pregador tem o seu público, formado
pelos irmãos que gostam de dormir ou conversar durante a pregação.
Pregador
chamado por Deus (1 Tm 2.7). Prega a
Palavra de Deus com verdade. Estuda a Bíblia diariamente. Ora. Jejua. É
verdadeiramente espiritual. Tem compromisso com o Deus da Palavra e com a
Palavra de Deus. Seu paradigma é o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já
andou na terra. Ele não prega para agradar ou agredir pessoas, e sim para
cumprir o seu chamado. Seu público — que não é a maioria, posto que são poucos
os fiéis (Sl 12.1; 101.6) — sabe que ele é um profeta de Deus. Esse tipo de
pregador está em falta em nossos dias, mas não chama muito a atenção das
agências de pregadores. A bem da verdade, estas também sabem que nunca poderão
contar com ele...
Qual é a sua
modalidade preferida, prezado leitor? Você pertence a qual público? E você,
pregador, qual dos perfis apresentados mais lhe agrada?
Autor: Ciro Sanches Zibordi